sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Dia do Advogado

 

No dia 11 de agosto, celebra-se, no Brasil, o Dia do Advogado. Nesta data, em 1827, foram criadas as duas primeiras faculdades de Direito no Brasil a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco.

E hoje em nome de todos os advogados do Brasil, minha homenagem especial ao meu primo José Leoni Machado Boa Sorte, meu primo, amigo e advogado nos momentos que preciso para esclarecer algum assunto, e olha que a prima aqui, Denise Machado, vive pedindo orientação ao advogado. 

Os Advogados são profissionais responsáveis por representar os cidadãos perante a justiça garantido a igualdade, a liberdade e a defesa dos direitos humanos.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Alunos da rede pública visitam o CAPS

 

Na terça-feira, 8 de agosto, uma visita diferente, trata-se dos alunos do colégio Paulo Souto, hoje conhecido por Mariluzia Silva Machado. 

O objetivo da visita dos alunos do 6° ano do ensino fundamental ll,  é de conhecimento dos espaços, atendimentos, ações realizadas rotineiramente pela equipe multiprofissional do CAPS e em especial o Psicólogo. As turmas estiveram na companhia das professoras Manuela Brandão e Geisa Miranda.

Estiveram presentes 39 pré- adolescentes que foram recepcionados pelo Psicólogo Álvaro Júnior e profissionais do CAPS, que na oportunidade explicou um pouco da rotina diária. A atividade extracurricular, proposta pelos professores da escola, faz parte de uma atividade prática, onde os alunos estudam a teoria na escola e realizam a visita guiada para complementar a atividade prática. 


" Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz." 

John Lennon


#CAPStransformandoVidas

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Ensaio Sobre a Musica

 

        Escritor Achel Tinôco 

A Música é qualquer coisa que faça alguém sonhar, sentir-se leve ao som inaudível de uma estrela; um estalo que reaviva na memória sentimentos bons que há muito se escondera do coração. E tudo passa a ser música a partir do momento que um olhar se encanta com alguma imagem ou lembrança em movimento de um tempo que já passou ou apenas estava guardado no fundo de uma gaveta. E haverá mais música onde o ser humano estiver despido de suas vaidades e voltado para o que lhe for mais terno e mais próximo da beleza e da alegria.

A música tem o dom de unir os povos ao redor de uma fogueira, que seja, e enriquecer a alma, próxima que está da poesia — a arte concreta da formulação da palavra; linguagem poética reinventada pelos sons. Assim sendo, tudo pode ser música: desde a viagem silenciosa das constelações, continuamente em expansão, ao pulsar das nossas veias e do coração ritmado. E assim sendo, todos podemos ser músicos também, não apenas compondo melodias, obedecendo a padrões pré-estabelecidos, mas ouvindo ativamente, criativamente, de forma crítica, toda obra musical.

O mundo musical é riquíssimo e fascinante, pois estratos culturais distintos convivem simultaneamente e, por vezes, costumam sobrepor-se uns aos outros neste planeta ressonante, apontando para uma vida particularmente intensa que chega a relativizar aquilo que ora se conceitua como História, ora como Linguagem.

A música é, portanto, dentre outras coisas, uma forma de representar o mundo, de relacionar-se com ele e de criar novos mundos, novos meios e possibilidades para se viver melhor.

Três Ruas

 

Escritor Achel Tinôco 


Havia, em qualquer lugar, uma cidadezinha chamada Três Ruas. Deram-lhe esse nome exatamente porque só havia nela a Rua do Estádio, a Rua do Hospital e a Rua do Cemitério. 

 Bizuca morava na Rua do Estádio. Tinha sete anos e não pensava noutra coisa senão jogar bola. À frente de sua casa estava o estádio municipal, inaugurado recentemente. Corria pelas outras ruas da cidade, duas, que a obra custara os olhos da cara ao município. A inauguração foi um acontecimento portentoso. Veio gente de toda parte e de toda redondeza. Não conseguiu lotá-lo; precisava de mais dez mil pessoas e nas redondezas não havia tanto torcedor. No entanto, o prefeito fez um discurso inflamado: disse a quem o escutava que aquela era uma obra indispensável à população. Com ela, Três Ruas estava inscrita na rota do desenvolvimento esportivo. 

 “Viva o prefeito!”

 Alguém gritou das arquibancadas:

 — Seu prefeito, Três Ruas não tem nem time!

 Ele não se alterou e disse:

 — Não tem problema, caro eleitor, eu mando trazer de fora.

 Dona Generosa Flores repetia ao filho que não se pode ser um bom jogador se não se dedicar também aos estudos. Aliás, para ela, coberta de razão, para tudo na vida é preciso ter estudo e conhecimento. 

— Quero lhe dar, meu filho, o que eu não pude ter — dizia. 

Criava-o com dificuldade, desde o dia em que o marido foi-se embora sem olhar para trás. Era auxiliar de enfermagem, mas havia dois meses e meio não recebia salário. 

Ah, Bizuca não se conformava. Pela manhã, cedinho, saía para a escola resmungando. Onde já se viu, pensava ele, precisar andar tanto para se ter com uma professora que dizia as mesmas coisas que a sua mãe já lhe dizia: livros, livros, livros? Não suportava a palhetada de seis quilômetros, todo dia, sob sol e chuva, para chegar à escola da cidade vizinha. Em Três Ruas não tinha escola. Tinha o estádio, como já informamos, mas, nas dependências do estádio, não podia haver outra atividade que não o futebol. O prefeito não abria mão. Dona Generosa não abria mão de educar o filho.  

 O menino entendia que, se na sua cidade não tinha escola, mas tinha estádio, é porque o futebol era muito mais importante do que o estudo; portanto, o estádio era mais importante do que a escola. No entanto, ainda se questionava: se o estádio era assim tão importante, por que ele não podia jogar lá dentro? Continuava a jogar seus babas, com os moleques da rua, no meio da rua, à frente do portão do estádio Visgueirão, nome em homenagem ao prefeito, Visgueira. José Visgueira. 

 — Meu filho — dizia Dona Generosa —, depois que você aprender a ler e a escrever corretamente, você pode conquistar o mundo.

 O menino respondia enfezado:

 — Não quero conquistar o mundo, mãe. Quero apenas jogar bola.

 — Jogar bola é também conquistar o mundo, meu filho.

 — O prefeito não estudou e é prefeito. Ele também conquistou o mundo?

 — A família do prefeito é rica, com isso ele conquistou o povo. Pelo menos, a parte do povo que não estudou.

— Perna de Pau não estudou e foi jogador famoso.

 — Você sabe por que o nome dele é Perna de Pau?

 Bizuca negou com um menear discreto da cabeça. Dona Generosa contou-lhe: Jereba de Zé Rufino era um rapaz como outro qualquer de Três Ruas. Não quis estudar e não pensava noutro futuro que não estivesse atrelado à bola, com a diferença de que não suportava mais a vida pacata da cidadezinha, enquanto que os outros se conformavam com o que Deus lhes tinha dado, mesmo que fosse nada. Depois de acompanhar o enterro do pai, no cemitério do município, na Rua do Cemitério, resolveu, por contra própria, ir tentar a vida na capital. Ia ser jogador de bola, disse à velha mãe e aos quatorze irmãos. Sabia-se no meio que era um jogador habilidoso e com algum futuro não fossem as más companhias. Outro dia mesmo, o delegado, calça curta, chamou-o para uma conversa sobre possível envolvimento dele com uns negócios malfeitos, que seria, à boca pequena, o tráfico de drogas. Melhor mesmo que fosse respirar outros ares, pensaram todos. Menos a mãe, que esperava uma vaga, havia dezoito semanas, no hospital do município, na Rua do Hospital, para ser internada, com palpitações no coração. Soube-se posteriormente que o rapaz jogava num grande clube da capital, havia feito alguns gols e gozava de boa fama, embora a cabeça continuasse sem juízo. Era o que diziam dele. A mãe já havia morrido de tanto esperar. Não, não pelo filho, que não voltaria jamais, mas pela vaga no hospital. 

 — Fala, mãe! — Bizuca estava impaciente. — Por que o nome dele é Perna de Pau?

 Saiu uma notícia no jornal de que o jogador Jereba de Zé Rufino, da cidade de Três Ruas, foi dispensado do clube em que jogava. Por quê? Não estava claro. Havia chegado atrasado a um treino, e o presidente o dispensou. Não foi bem assim. Por motivos óbvios, os contratantes amenizaram a informação para não atrapalhar ainda mais a carreira promissora daquele atleta tresruense. Na verdade, ele não perdera o mau vezo de usar certas porcarias, pior: vendê-las aos companheiros. O técnico do time descobriu e o denunciou à presidência. Envergonhado, Jereba não voltou para casa, em Três Ruas; preferiu gastar na capital as economias que ainda lhe sobravam. Poucas. Não tardou, ele as desperdiçou nas mesas de biriba e bebedeiras. Perdeu tudo, embora para os conterrâneos alardeasse que era rico e possuidor de muitos bens. Para os irmãos, nunca chegou um vintém. Uma noite, voltando para casa, no carro emprestado de um amigo, capotou e teve a perna esquerda amputada, justamente a perna com a qual chutava tão bem.

 “Não tinha dinheiro para colocar uma prótese. Arranjaram-lhe uma perna de pau”.

 Bizuca ficou a espiar a mãe por baixo do olho, desconfiado, sem saber se acreditava na história ou não. Saiu para a rua. Os colegas de baba o esperavam. Observou que o portão principal do estádio Visgueirão estava aberto. Correu para espiar o que acontecia lá dentro. Viu, assombrado, um homem velho capengando no meio do gramado. Usava uma perna de pau, tinha os cabelos esbranquiçados, a barba medonha, os olhos fundos, a tez de coruja. Vestia-se modestamente.

 Bizuca aproximou-se, a bola de meia debaixo do braço. Chegou o mais próximo que o medo lhe permitiu e disse numa voz penosa:

 — O senhor é o grande jogador Perna de Pau?

 O homem velho virou-se para ele, apoiou-se mais confortadamente sobre a perna boa e disse:

 — Não, meu filho. Sou o burro Perna de Pau.

 O menino ficou sem entender. Chutou a bola para qualquer lugar:

 — Mas, eu pensei que...

 O homem olhou para as arquibancadas vazias:

 — Meu filho, quem não ouve o que os pais têm a dizer acaba como eu.

 — Como assim, senhor?

 — Estudar, meu filho, estudar é o melhor caminho, como me dizia minha saudosa mãe, e eu não gostava de ouvir.

 — Mas, o senhor não ficou rico e famoso?

 — Fiquei miserável e esquecido. Nem família tenho mais.

 — A culpa foi da bola?

 — Não. A culpa foi de gente como esse Visgueira, de Três Ruas, que, por conta da ambição política, mantém o povo preso num templo inútil como este onde estamos dentro, que para nada mais serve senão disseminar ilusões. Daqui, leva a sua gente para o hospital, depois para o cemitério. 

 — Então o senhor não me aconselha a ser um jogador de futebol?

 — O que diz sua mãe?

 — Que eu posso ser tudo na vida, contanto que estude para isso.

 — A sua mãe é sábia, como foi a minha mãe, como todas as mães o são.

 O menino abaixou a cabeça e, quando voltou a si, o homem não estava mais lá. Voltou para casa. No dia seguinte, foi para a escola com toda a disposição e alegria. Revelou a um colega que ia ser jogador de futebol depois que se formasse.

Assassinado o candidato a presidência do Equador

 

Na noite desta quarta-feira, (9), o ex deputado e à candidato a presidência do Equador, Fernando Villavicencia, 59 anos, foi assassinado, com três tiros na cabeça ao sair de um comício na cidade de Quito, 11 dias antes das eleições.

Video que circula em várias redes sociais, do momento do atentando a Villavicencia 

Villavicencia era jornalista investigativo, escreveu 10 livros, lançou portais de notícias no Equador e foi responsável  por revelar casos de corrupção no governo do país, se declarava defensor de causas indígenas e trabalhista, sendo líder sindical, até entrar na vida pública.





 

terça-feira, 8 de agosto de 2023

O Nordeste Brasileiro é lindíssimo

 

Hoje vou escrever sobre um dos muitos lugares lindos do Nordeste.
  São Miguel do Milagre em Alagoas, que fica a 100km de Maceió.

   São Miguel dos Milagres  é um tesouro escondido no litoral de Alagoas, no Nordeste Brasileiro, situado em meio a famosa Rota Ecológica. São Miguel do Milagre é um oásis de beleza naturais, com praias de areia branca, coqueiros e água cristalinas, com piscinas naturais formada por recifes de coral, que se revelam durante a maré baixa.


A Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo é a terceira igreja mais antiga de Alagoas, foi fundada entre os séculos XVll e XVIII.

  Mirante do Alto do Cruzeiro



Helicóptero da Marinha cai em Goiás

 

Foto: Reprodução 
Nesta terça-feira (8) um helicóptero com 14 tripulantes, caiu na área militar do município de Formoso, no interior de Goiás, durante um treinamento militar e deixou dois mortos e seis feridos.

 Foto: Marinha do Brasil


segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Acidente em Academia

 

No dia (4) Regiláneo da Silva foi atingindo por um aparelho chamado "hack Squal" que serve para pernas, caiu por cima nos ombros do motorista de aplicativo o caso aconteceu em Juazeiro  do Norte, no Ceará. No sábado (5) ele teve de passar com uma cirurgia delicada, o homem tem menos de 1 % de chance de voltar a andar, o acidente causou uma lesão gravíssima na coluna.

O Patinho de Uma Asa Só

Escritor Achel Tinôco 

Um estalido foi ouvido pela mamãe Paty, que se levantou, sacudiu as penas, fez do pescoço um grande arco, de modo que, com a ponta do bico voltado para baixo, arrumasse os ovos. Juntou-os mais, como para permanecerem aquecidos. Deitou-se sobre eles novamente e fechou os olhos como se sesteasse. 

Um a um, os patinhos foram quebrando a casca dos ovos: o bico, a cabeça, o pescoço, o tronco inteiro... Pularam para fora do ninho, todos amarelos ainda, dispostos, fortes e bem nascidos. Contou-os, finalmente, a mãe: doze. Fez um quen, quen, quen, quen para que todos se juntassem atrás dela, a caminho da lagoa, à meia distância do paiol, onde fora ajeitado o ninho. Paty seguia à frente, rebolosa, majestosa, orgulhosa. A dúzia de patinhos ia atrás, instintivamente: uns que tropeçavam, pisavam os outros, corriam, paravam. 

Chegaram à margem da lagoa. 

Os patinhos esparramaram-se: boa parte bicava talinhos de capim, uns invertebrados desprevenidos; outra olhava em redor, como se o mundo ainda não lhes fosse conhecido. O céu tinha contornos azuis com pintinhas amarelas, qual fossem irmãs ou parecidas com os patinhos cá de baixo. Tinham muito que ver. 

A mamãe Paty olhou-os, contou-os novamente — doze —, e adiantou-se a passos medidos para precipitar-se na água. Os patinhos a seguiam pegados nas patas. Ela mergulhou graciosa e emergiu lá adiante; eles entraram desordenadamente pelas águas escuras a nadar em volta da mãe. Uns enfiavam o pescoço para dentro da água morna, outros batiam as asinhas, molhando-as. Ainda havia aqueles que se sacudiam e deslizavam na superfície como se tivessem rodinhas em vez de patas. 

Lá para depois, a mamãe Paty enfiou, uma vez mais, a cabeça para dentro d’água. Não demorou um piado e trouxe agarrada ao bico um peixinho miúdo, que a ela não importava a espécie nem o nome. Não confirmou aos filhotes; queria apenas ensinar-lhes as primeiras lições. De repente, pareceu-lhe ouvir distante um quen, quen infantil. Olhou para um lado, para o outro, levantou a cabeça, aprumou os ouvidos. Ora, os filhotes estavam todos à sua volta... Estavam? Tornou a contá-los: onze. Onze? Correu em disparada por sobre as águas a ponto de quase voar e voltou à margem para ver qual dos meninos ficara para trás e por quê. Encontrou o caçula, cujo nome, naquele exato momento, ela deu-lhe de batismo: Extraviado. Estava escondido atrás de uma moita de piri com o bico enterrado na lama e os olhos mareados. Chegou-se para junto dele:

 — Que foi, meu filho, por que não seguiu os seus irmãos ao primeiro banho? —  perguntou.

 — Não posso, mamãe, você não está vendo...?

 — Vendo o quê, menino? — já trazia no bico certa impaciência.

 Extraviado não conseguiu se explicar:

 — Ora, mamãe, não sou como os outros...

 — Meu querido, não há problema algum com você. É um belo rapazinho, igual aos seus irmãos. Em breve, não haverá uma patinha nas redondezas em cujas asas não poderá repousar as patas por cima.

 Extraviado levantou o pescoço da terra e se encaminhou, meio de banda, para debaixo das asas da mãe. Foi aí que ela o viu em toda a sua plenitude e notou a deformidade:

 — Meu Deus! — ficou apavorada.

 Ele não tinha uma asa. A direita. 

 A mãe aconchegou-o sob as penas e ficou a pensar na vida do filho: ele não poderia fazer as coisas que os irmãos certamente fariam. Coisas simples como nadar na lagoa e pescar. Como um pato viveria sem essas habilidades? O mundo não era feito para patos sem asas. Melhor que fosse cego: que lhe faltasse uma pata, chegou a pensar. Não. Melhor que fosse saudável como os irmãos. Desfez-se das lágrimas, fez quen, quen para que os outros saíssem de dentro da lagoa e levou-os para casa. Não tornou a contá-los; estavam todos atrás dela, tinha certeza, instinto de mãe. Não nomeou outro patinho. Para ela somente Extraviado deveria ter nome. Pensava que seria uma forma de homenageá-lo pelo fato de ele ser deficiente. Tal honraria, portanto, caber-lhe-ia em detrimento dos outros, saudáveis e sem problemas aparentes. 

Cobriu Extraviado de mimos e cuidados, como se ele fosse já inválido completo, e não apenas impossibilitado de nadar. Por enquanto. Os irmãozinhos começaram a sentir ciúmes de Extraviado. Não entendiam por que somente ele tinha nome e precisava de tantos cuidados e atenção. Na verdade, não era inválido, tão somente tinha alguns movimentos do corpo prejudicados, mas, nas peraltices de criança, era o mais levado. Os irmãos, zangados com a proteção que mamãe Paty dispensava ao caçula, começou a chamá-lo de Asa Negra. Na escola, os colegas não deixavam por menos. Chamavam-no de Asa Caída. Não raro, o patinho chegava em casa chorando, não suportava as brincadeiras dos colegas, que considerava de mau gosto e injustificáveis, e os tantos apelidos infames que lhe davam: Asa de Urubu, Asa Só, Asa Cotó, e por aí em diante. 

 — Mamãe, não quero ir mais pra escola — disse amuado.

 Paty já sabia os motivos, mas procurava, a todo custo, animá-lo:

 — Meu filho, não dê importância às brincadeiras. Coisas de crianças!

 O menino, então, contou-lhe o que lhe dissera a professora Gansa Maria:

 — Explicou-me que a isso dá-se o nome de bullying. É uma coisa muito feia de se fazer com um colega. Mas os colegas não lhe deram atenção e continuam a me desfazer.

 Mamãe Paty olhou-o penalizada: 

 — O que você disse a ela? — perguntou como para tentar entendê-lo melhor.

 — Que Deus só existe para alguns...

 Paty estremeceu. 

 No dia seguinte, logo cedo, Extraviado saiu de casa sem dizer destino. Saiu de banda pela encosta da cerca e dirigiu-se à beira da lagoa. O sol ainda espreguiçava-se atrás das matas, uma brisa suave corria no entorno da lagoa. Chegou à beira d’água e ficou a contemplar o espelho. Assustou-se ao ver-se grande assim: as penas bem definidas e de uma cor acinzentada, as patas fortes, as membranas largas entre os dedos, o olhar avermelhado. Estava gordo, vistoso, bonito. Enfiou o pescoço dentro d’água e viu passando lá abaixo alguns peixes. Não fez menção de pegá-los, não sabia pescar, nunca tivera interesse. Mas tinha em mente uma vontade incontrolável de fazer algo que chamasse atenção de toda a gente e toda a pataria da região. 

Pensou na mamãe Paty, sempre tão conformada, atenciosa. 

 Na cozinha, Paty preparava umas piabinhas fritas para dar de comer aos meninos. Ia lá, vinha cá, entrava e saía. Não viu Extraviado. Gritou-o, fez quen, quen, quen, quen. Nada. Puxou as penas do rabo dos dois mais velhos, que teriam mangado dele na noite passada, e saiu em disparada pelo caminho da lagoa. Os onze maiores seguiram-na atrás. De longe, viu-o no meio da lagoa, subindo e descendo, puxando pelo bico a professora Gansa Maria. Levou uma pata ao bico:

 — Deus do céu, meu filho!

 Na borda, toda a classe assistia impassível à cena. 

 Extraviado, trouxe-a para a margem. Tinha engolido alguns goles d’água. Em poucos minutos, estaria recuperada.

 Quando ele chegou à beira da lagoa, indagorinha, avistou, do outro lado, a professora e todos os colegas navegando pela margem. Acenou com a asa que tinha; não o viram. A professora foi a primeira a pular nas águas, para mostrar aos alunos como deveriam nadar e pescar. Nem bem deu as primeiras patadas, foi acometida de fortes câimbras, que a impossibilitava de continuar nadando. Pior: estava longe da margem e não tinha patas para nadar de volta. Gritou:

— Socorro!

Nenhum dos alunos ousou aventurar-se nas águas para salvá-la. O medo impusera-lhes às patas um modo de paralisia que não os deixou atirar-se para salvar a pró. Ficaram como petrificados à beira da lagoa esperando, decerto, que caísse do céu algum anjo para salvá-la. Não desconfiavam de que “ele” estava bem ali, do outro lado.

Extraviado não pensou duas vezes; sequer lembrou-se de que nunca havia nadado antes. Ao ver a professora Gansa Maria afogando-se, atirou-se nas águas. Bateu as patas com toda força, mantendo a cabeça para fora, e deslizou de banda até chegar à pró, que já desfalecia. Trouxe-a com muito esforço agarrada pelo bico. 

 Os colegas, bestificados, envergonhados, aplaudiram-no exaustivamente. Era um herói. Uma patinha beijou-o na cabeça, chamando-o de Asa Bendita:

 — Meu pato-rei — completou. 

 Gansa Maria disse comovida:

 — Estão vendo? Ser diferente não quer dizer que somos incapazes. — E arrematou:  — Agora quero saber: quem entendeu o significado de bullying? 

 Entreolharam-se em silêncio. Nada mais do que isso:

 — Quen, quen!

 Mamãe Paty não conteve a emoção:

 — Este é o meu filho.

 Extraviado bateu sua asa única com orgulho.

Ex- vereador e irmão são mortos no Rio de Janeiro

 

Nesta segunda-feira (7) o ex- vereador Jair Barbosa Tavares, conhecido como Zico Bacana e seu irmão Jorge Tavares foram assinados em ataque a tiros na esquina das ruas Enéas Martins com Francisco Portela, em Guadalupe, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, uma terceira pessoa também foi ferida. Está foi o segundo atentado contra o ex- vereador que foi investigado na CPI das Milícias.

Morre no Rio de Janeiro a atriz Araci Blabanian

 

Faleceu nesta segunda-feira (7) Araci Blabanian aos 83 anos, a eterna Cassandra de Sai de Baixo. A artista estava internada na Clínica São Vicente na Gávea , zona sul do Rio de janeiro para tratar de um câncer de pulmão.

O Blog Ibirataia presta seus sentimentos de pesar aos familiares, amigos e fãs.

Filho de professora encontrada morta em Belo Horizonte é preso

  Nesta sexta-feira (25) a polícia prendeu  Matteo  França, de 32 anos, filho  da professora Soraya Tatiana de 56 anos, encontrada morta do ...