Silvinei Vasques fez o que muito réu condenado acha que é esperto: tratou tornozeleira como se fosse adesivo de estacionamento, cruzou a fronteira como quem sai do condomínio pela garagem errada e apareceu no aeroporto com documento que não fecha nem na portaria. Resultado? Foi barrado no Paraguai, como condômino tentando embarcar com carro clonado achando que o porteiro não lê placa.
É a velha cena conhecida de quem vive de fórum: o sujeito já condenado a 24 anos e meio pelo STF, que deveria estar cumprindo pena, resolve “dar um pulo ali fora”, quebra a tornozeleira, inventa identidade e acredita que a Justiça acaba na divisa. Não acaba. Nem no aeroporto de Assunção.
No mundo real, isso não é fuga cinematográfica. É descumprimento grosseiro de ordem judicial, é flagrante, é agravamento de situação. É aquele cliente que você avisa: não faça isso. Ele faz. E depois pergunta se dá pra consertar.
Deu não. A lei não é canastra de mesa de bar, não aceita blefe mal feito. E o Paraguai, ao que tudo indica, não compra narrativa de golpista em promoção de fim de ano.
Resumo da ópera: tentou sair pela porta dos fundos, esqueceu que hoje toda porta tem câmera, registro e cooperação internacional. Final previsível. Só faltou pedir habeas corpus no free shop.
Crédito: Escritor vê advogado Julio Benchimol Pinto

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