O Blog Ibirataia parabeniza hoje (9/11) Arthur Nery Rocha
Parabéns, querido neto:no meu maior desejo é que você encontre a felicidade em tudo q faz e que você continue crescendo forte e saudade.Você foi esperando com muito amor pelos seus pais, por mim e por toda família.Um espaço destinado a postagens sobre Noticias, Entretenimento, Informação, Cultura e muito Mais! Com Respeito, Decência, Transparência e Honestidade, buscando sempre levar Informações com Clareza e Imparcialidade!
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
terça-feira, 8 de novembro de 2022
O Semeador de Livros
Continuação:
...Presente ao almoço estava um advogado amigo. Ele me disse que um cliente seu precisava escrever um texto sobre o pai para ser entregue ao governador da Bahia. Dispus-me a escrever, evidentemente. O homem telefonou-me no dia seguinte para explicar-me como seria o texto. Não reconhecendo a voz nem o número do celular dele, pensei que era o meu amigo advogado. Como tinha muita intimidade com ele:
“Fala, viado velho!”, fui logo dizendo entre risos.
O homem não alterou a voz, continuou a me chamar de senhor:
“Eu gostaria que o senhor escrevesse um texto sobre o meu pai...”
O fora já estava consagrado e eu morto de vergonha, pedi mil desculpas, expliquei-lhe a brincadeira. Tudo bem. No dia seguinte pela manhã, fui a casa dele entregar-lhe quatro páginas impressas com o que eu tinha pesquisado e escrito. O homem ficou empolgadíssimo com o que lera, parecia eufórico:
“O senhor sabe onde tem o nariz”, ele disse agradecido.
A sua filha chegou à sala para me cumprimentar e dizer que gostaria de escrever um livro sobre a sua vida. Era uma mulher de 30 anos, de formas arredondas e robustas. Pus-me à disposição para fazer o trabalho, claro. No dia seguinte, no final da tarde, o pai dela me telefonou novamente, desta vez com a voz alterada por muitas dozes de uísque, quase incompreensível, para me pedir um favor muito secreto:
“Será que o senhor poderia me conseguir o sêmen de Brad Pitt?”, ele disse.
Levei o maior susto:
“O quê?”, pensei mesmo que ele estivesse pilheriando.
Não, estava de porre:
“A minha filha é muito bonita, como o senhor viu ontem, mas não parece disposta a me dar um neto. O senhor entende?”
Não, eu não estava entendendo nada. Como eu iria aos Estados Unidos colher o sêmen de Brad Pitt? Eu viajaria a Hollywood e entre uma cena e outra o interpelaria:
“Senhor Pitt, viajei do Brasil até aqui para colher uns mililitros do seu sêmen. Por favor, vá até o banheiro, bata uma bronha e me traga dentro de uma ampulheta, se possível. Ah, ia esquecendo: quanto isso vai me custar em dólar?”.
"Se fuck you", decerto o senhor Pitt me diria.
Logo percebi que ele, o homem ao telefone, não estava no seu estado normal:
“Acho que esse trabalho pode ser muito caro”, eu disse a ele trocando.
“O senhor acha?”
“Aquele ator deve cobrar uma fortuna para doar tal produto”.
“E aqui no Brasil, o senhor me indicaria alguém?”, e acrescentou: “Mas tem que ser um homem tão bonito quanto o americano”.
Só se fosse eu mesmo, pensei sorrindo.
Por fim, devido ao custo da operação, o homem desistiu da ideia.
Vamos ao próximo livro. Se eu pensasse em alguma coisa ou me lembrasse de outras para por no texto e não escrevesse logo, esqueceria para sempre, por isso andava com os bolsos cheios de papel... Às vezes, eu escrevia compulsivamente, mas como ninguém vê quando o escritor está criando, é taxado de preguiçoso, ou vagabundo, mas para esses eu digo: ao ignorante, da enxada basta o cabo. Se estou assim tão chateado, melhor voltar para casa...
Aniversariante do Dia
O Blog Ibirataia parabeniza hoje (8/11) Clevia Santos Rodrigues desejando um feliz aniversário cheio de saúde, paz e amor.
Feliz Aniversário Clevia!Parabéns, minha irmã!
O Blog Ibirataia parabeniza hoje (8/11) Cristiane Batista desejando que seu caminhar seja longa, feliz e iluminado pelos raios da alegria, de saúde, de amizade e amor. Feliz Aniversário irmã!
segunda-feira, 7 de novembro de 2022
O Construtor de Livros
Continuação:
"Fui a São Paulo, a convite do senhor Klaus Peters, de quem estava escrevendo a biografia. Portanto, precisava investigar, entrevistar, entender a história do homem da Praia do Forte. Fiquei lá por quinze dias. Aproveitei para conhecer a minha editora, a Novo Século, e, quem sabe, acertar o lançamento de outro livro. Numa manhã, resolvi ir à redação da revista Veja, tentar uma divulgação para o meu "Vilarejo dos anjos". Esperei um tempão para entrar no prédio. O editor me mostrou uma pilha de livros que tinha que examinar, mas que eu deixasse o meu. Até hoje nenhuma nota foi publicada. Deve ter sido publicada no cesto do lixo. No dia seguinte, quando descia o elevador do hotel Hotel Blue Tree, na Avenida Faria Lima, onde estava hospedado, para tomar o café da manhã, reconheci um homem dentro do elevador. Olhei-o mais uma vez para ter certeza:“Affonso Romano de Sant'Anana?”
“Eu mesmo, como vai?”
Aí, descarrilei a falar. Ele riu e me convidou para tomar o café na mesa dele. Conversamos o suficiente para eu presenteá-lo com o meu "Vilarejo dos anjos". Ele não me deu nenhum, mas indicou-me um seu, "A sedução da palavra", em que dava uma série de dicas ao novo autor. Telefonei no mesmo instante para uma livraria e o encomendei, um motoboy o traria daqui a pouco. Terminamos o café e ele me garantiu que logo que lesse o livro me enviaria um e-mail sobre suas impressões sobre o romance. À noite, verifiquei o meu e-mail e lá estava um e-mail de Affonso Romano. Ele me dizia que no avião, indo para Belo Horizonte, havia começado a ler o meu livro:
“Depois de nosso simpático encontro, não poderia deixar de lhe dar uma palavra. Como você quer fazer carreira literária e está investindo sua vida nisto, talvez lhe fosse útil se um escritor mais surrado e experimentado lhe dissesse umas duas ou três coisas: mas jure que não vai se chatear. Como você havia me adiantado, gosta de contar estórias, sobretudo do interior, coisas que viu, vivenciou. Tudo bem. Mas o texto tem que ser mais trabalhado. Causa prejuízo à leitura mais exigente a quantidade de lugares comuns que usa. Lugar comum é mortal. Leitor médio não nota, pode até gostar, mas não passa pela critica literária, pelos mais exigentes. Limpe o texto desses recursos, pois o que eles provocam é a sensação do "já visto", "já falado", e assim a estória fica comprometida. Literatura não é só o enredo, é linguagem, você sabe disto. Mande ver. Desejo-lhe êxito nessa carreira que é longa e difícil.”
Dei outra olhada no primeiro capítulo do Vilarejo e escrevi para ele de volta:
“Você tem toda razão. Vou procurar me corrigir. Obrigado pelas dicas que me serão sempre úteis”.
Respondeu-me dizendo que nunca havia feito uma critica a algum autor sem que este ficasse magoado. Tinha falado de mim na palestra a jovens escritores em Belo Horizonte. Ora, como eu iria discordar de um mestre? Fiquei contente com a atenção dele para comigo e até hoje nos falamos por e-mail. Sempre que estou escrevendo, lembro-me de suas anotações. O texto precisa de mais uma olhadela, sempre, precisa ser revisto, precisa estar livre dos lugares comuns. Aprendi.
Ao meio-dia, do mesmo dia, encontrei-me com o cantor Lobão, no saguão do hotel. Conversamos por meia hora sobre música e, principalmente, ele fez criticas severas a Bahia e ao senador Antônio Carlos Magalhães. Coisas de Lobão. Mas foi simpático e brincalhão.
Hora de voltar para casa, em Salvador. Hora de retomar a escrita."
domingo, 6 de novembro de 2022
Livro Vilarejo dos Anjos
"...A colheita era feita com um podão preso à ponta de uma vara comprida para alcançar o fruto nas galhas mais altas. Geralmente, as mulheres vinham atrás catando ou, como se dizia, bandeirando as cabaças do chão, fazendo rumas em espaço intercalado para facilitar a localização na hora da quebra. Quando terminavam a colheita, juntavam-se os pares ao redor das rumas para quebrar o cacau. Normalmente o homem se encarregava de parti-lo com um pedaço de facão chamado bodôco, e as mulheres iam descaroçando. Quando a caixa de madeira — ou balaio — ficava cheia, era despejada numa cama previamente feita no chão com folhas de bananeira, em seguida transportado para os cochos atrás da estufa. Ao redor da cama, as mulheres cavavam um pequeno buraco e forravam com novas folhas para o mel escorrer lá para dentro. Era comum a correria para o mato depois de tanto beberem o caldo delicioso e forte. Mulas e burros carregados subiam à sede para encher os cochos. Sobre as barcaças, o cacau era pisado por pés descalços até ficar limpo e enxuto. Por último, o estufeiro ateava fogo nas toras de lenha sob a barcaça. Quando a fumaça escapava das chaminés, o cacau escurecia ao ponto."
Do meu livro Vilarejo dos Anjos
Foto e arte destes frutos de cacau: Selma Calheira
O Continuador de Livros
Continuação:
'"Estava escrito na Praia do Forte", título provisório, eu mesmo não gostava. Caetano Veloso me disse que era um título provinciano. Ele chegara a Salvador no voo 1602, da Gol, previsto para chegar às 18h05min ao Aeroporto Internacional Dep. Luiz Eduardo Magalhães. Eu o esperava desde às cinco e meia, a pedido do meu irmão que tinha uma empresa de transportes. Eu deveria acompanhá-lo pelos próximos dois dias, enquanto ele participava da gravação de um DVD da cantora Beth Carvalho. Ele surgiu no portão de desembarque trazendo nas mãos uma caixa de violão e uma pequena mochila no ombro, imediatamente atrás vinha a sua produtora Giovana Chanley. Apresentei-me a ambos e disse que estava ali para levá-los para casa. Tomei o violão das mãos de Caetano e os indiquei a porta automática atrás da qual estava o meu carro estacionado. Arrumei a bagagem de ambos no porta-malas e sentei-me ao volante.
“Caetano prefere ir na frente”, disse-me Giovana. E ele sentou-se no banco do carona e afivelou o cinto de segurança.
Dei partida ao motor e perguntei-lhe se preferia que eu ligasse o ar-condicionado.
“Não precisa, quero sentir o calor da Bahia”, ele falou com o seu sorriso debochado. “No Rio de Janeiro está muito frio, chegou ontem a 11 graus...”
Animei-me com a simpatia que ele demonstrou. Disse-lhe que em Salvador o clima estava bom, choveu um pouco ontem à noite, mas hoje fizera sol.
Giovana, sentada no banco traseiro, começou a conversar sobre o quanto gostava da Bahia:
“Isso aqui é uma terra abençoada...”
Na saída do bambuzal, antes de fazer o contorno para seguirmos ao centro da cidade, ficamos um minuto parado no engarrafamento.
“Acho que será necessário a prefeitura construir um viaduto nesta área”, eu comentei despretensiosamente, ao que Caetano respondeu:
“Com o crescimento da cidade para o lado de cá, e com a proximidade e a importância da Praia do Forte, acho também que não há alternativa...”. Voltou-se para a sua produtora: “Você conhece, Giovana?”
“Ainda não, mas gostaria muito!...”
Ele continuou:
“É de um alemão...”
Era a deixa que eu estava esperando para dizer-lhe que eu era escritor, lutando pelo meu lugar ao sol. O interrompi:
“Não é de um alemão, na verdade ele é paulistano”, disse com convicção.
“Você o conhece?”, Caetano me perguntou.
“Estou escrevendo a biografia dele...”
Ele não se alterou, nem demonstrou surpresa:
“Então me conte como ele chegou até aqui”.
“O senhor Klaus Peters”, eu lhe disse “chegou a este Litoral Norte quase por acaso, aliás, tudo na vida dele, como acredita, aconteceu por acaso...”
“Não podemos deixar de admitir”, ele comentou distraído, “ele fez um ótimo trabalho. Aquilo lá está uma beleza.
Agora falávamos de literatura, não de música como seria mais provável, dos livros que ele escreveu, dos livros que eu escrevi etc. Mais adiante, quando já havíamos atravessado toda a Avenida Paralela, passando pela rodoviária, conversávamos sobre política, e ele me dizia de sua decepção com o governo lula, embora ele fosse um homem bonito... Quê? Chegamos ao Rio Vermelho, mas antes de ele chegar a casa, pediu-me que parasse no Largo da Mariquita, ao lado do tabuleiro de uma baiana, para comprar acarajés. Enquanto isso, eu já me adiantava e escrevia uma dedicatória num livro que trazia no carro, justamente para essas emergências. Dei-lhe o meu "Vilarejo dos Anjos", prefaciado pelo professor Pasquale Cipro Neto, que ele folheou e disse-me que assim que terminasse de ler escreveria um comentário para um jornal qualquer. Até hoje espero."
P.: acabei mudando o título do livro para O CASTELO DE WILHELM HERMANN. Nele, conto a história de Klaus Peteres e a sua fantástica Praia do Forte.
sábado, 5 de novembro de 2022
O Sonhador de Livros
Continuação:
'“Se o livro tivesse a importância de um gol, seriamos um país de leitores”.
Certa vez, concedi uma entrevista para uma jornalista do principal jornal da Bahia, cujo nome até já esqueci. Horas e horas ao telefone conversando, explicando, falando do meu quinto livro, "As Nudezas Secretas de Eleonora". Pretendia lançá-lo em breve. Estava todo animado como se amanhã eu já fosse reconhecido na primeira página e a capa do livro estivesse estampada. Um mês depois, recebi um telefonema da mesma jornalista:
“A quem você deu a entrevista?”, ela perguntou-me apressada.
“A você mesma”, eu disse surpreso com o esquecimento dela. “Por quê?”
Sem vergonha, ela respondeu:
“Desculpe, é que não estou encontrando...”
Isso mesmo, ela havia perdido a entrevista. E nunca saiu nada sobre esse livro. Quase sempre era assim tratado, com descaso, mesmo eu indo pessoalmente às redações, distribuindo livros para todos que encontrasse, contribuindo com artigos e opiniões sobre assuntos diversos. Na véspera de um lançamento, eis que lia no jornal uma notinha quase invisível sem o nome do autor nem o local do coquetel. Tinha vontade de voltar lá e esfregar o livro na cara de cada um. Passava dias jurando para mim mesmo que nunca mais eu mandaria um artigo ou uma opinião sobre qualquer coisa. Mas eis que a indignação passava ao largo, e para as redações enviava mais uma crítica: dessa vez, um vereador apresentou um projeto limitando a venda de acarajés na Cidade de Salvador. Dizia ele que somente baianas vestidas a caráter e em pontos determinados poderiam vender o bolinho de feijão. Comecei dizendo que era um projeto tão absurdo como aquele do fraldão para os cavalos não sujarem as ruas... O político não gostou nem um pouco do que lera no jornal e disse em resposta que eu era um missivista ignorante. Vá entender!
Os carros de bois do meu próximo romance estavam a caminho, esperando o meu avô, na região cacaueira, onde comprara a fazenda Jandaia e trabalhava nela havia quase doze anos, para em seguida buscar a família em Amargosa. Como eu mesmo diria adiante, caindo num lugar comum, o velho montara um pequeno império, fundara uma cidade e consolidara toda a sua respeitabilidade de homem sério e honesto que fazia da palavra sua assinatura pessoal e indiscutível, como eu fizera da minha um modo de viver. Nesse "Vilarejo dos anjos" criado por mim, descobri ainda uma Bahia nova, melhor explicando, uma Bahia velha do tempo dos coronéis do cacau quando aferroava aqueles que não cumprissem as ordens, aqueles que descumprissem a palavra e aqueles que não respeitassem a honra de um homem; quando os frutos do cacau nasciam até nos pés de jaca. A região povoava o imaginário de Jorge Amado, que a descrevia por todo o mundo, enquanto que os seus coronéis despejavam nas burras suas amêndoas achocolatadas para depois conquistar a terra, enquanto eu, embora tivesse passada já a metade da vida naquela região, somente agora descobria todo o seu enquanto e esplendor, toda a sua riqueza cultural, e as história que estava a contar...'"
Aniversário de minha prima
O Blog Ibirataia parabeniza hoje (5/11) Andréa Machado.
Feliz Aniversário Andréa!
sexta-feira, 4 de novembro de 2022
Aniversário de uma tia especial
O Blog Ibirataia parabeniza hoje (04/11) Zoraide Machado
Não é todo mundo que possui uma tia tão maravilhosa e gentil como você. Por isso sou muito grata.Você tia é um grande exemplo de mulher para mim.
quarta-feira, 2 de novembro de 2022
Aniversariante do Dia
Sessão na Câmara Municipal de Vereadores de Ibirataia
Nesta segunda-feira (3), a sessão da Câmara, inciou com os alunos da Escola Pingo de Gente, cantando o Hino de Ibirataia, e depois os ve...
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O Blog Ibirataia com muita tristeza comunica o falecimento de Março Antônio Trindade Silva, de 61 anos, ocorrido hoje (1°) no Hospital A...
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Poema Escritor e poeta Achel Tinoco Morrerei numa noite amena De um setembro qualquer, Mas nem a primavera Sentirá a mi...
 




















