terça-feira, 4 de novembro de 2025

Penny-Farthing

 

 


Sinto-me qual um cavalo-marinho: só,

e nada mais me serve e me completa.

Sou uma ‘Penny-Farthing’ — bicicleta

cujos pedais de aço não têm valor.

 

Caiu numa poça de lama e afundou,

fincando as rodas na terra — atolada.

Ninguém que a socorresse na estrada;

enferrujou-se cada engrenagem de cor.

 

Assim estou, esperando um passante

que socorra o meu olhar alquebrado

E conecte os pedivelas à roda dianteira.

 

Sou o que restou de um doce amante

das coisas fugidias e ternas do passado,

que tanto amou — não tem mais fronteira.


 Credito: Escritor: Achel Tinoco



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