Sopram os ventos as savanas,
Os olhos vivos, os povos nus.
Sobe o fumo dos desvalidos,
Como uma manada de gnus.
Vão-se os deuses afortunados
Pintar suas caras com urucum.
Dormem à sombra das acácias,
Junto com os urubus-de-augur.
Caem as folhas secas do baobá
Sob outros arbustos dessecados
Que ainda esperam pela chuva.
Os ventos têm o odor de gambá
Que cobre biomas desalmados
E não consola nenhuma viúva.
Credito: Escritor Achei Tinoco

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