sábado, 11 de outubro de 2025

Três Mudinhas de Et Cetera

 

Pouco eu sou, 

Quase nada.

É que, no meio da estrada,

Destratei uma flor.

Sou poeta, mais nada,

E faço versos ligeiros

Que ela não aprovou.

Então me componho

À própria sorte de existir

Nestes versos de morte e de rir,

Outros, tristonhos e arqueiros,

Que expõem a minha vida

E fazem dessa ferida

Um eterno lamaceiro.


A caneta é que nem flecha:

Vai perfurando as brechas

Que encontra pelo caminho.

E, se a tinta seca,

Já estou levado à breca,

Não me importo de ficar sozinho.

Construo outra estrofe

Que me parece de um viajante,

De versos adultos e ondulantes,

Como as ondas do mar.

Mas, ao declamá-los, continuo pouco,

Na beira do cais, qual um louco

Que se mete a navegar.


Então, este poema me basta

— De pouca métrica e casta,

Sem qualquer sentido.

Vai que aconteça comigo

O que aconteceu com a flor:

De nada ela gostou,

E se pôs a chorar.

Deixou cair uma pétala,

Três mudinhas de ‘et cetara’;

Até me fez cara feia,

Pôs em mim uma peia

E me mandou pastar.


Credito: Escritor Achel Tinoco

#poesia

#flores

#poeta

#cultura

Nenhum comentário:

Casal é encontrado morto em estrada no distrito de Florestal

  Na manhã desta segunda-feira (29),  um casal identificado como Aluana Angela Matos dos Santos, de 35 anos, e Cleber de Jesus Santos, de 37...