Imaginem vocês que a Federação Paulista de Futebol (FPF) fechou os portões de jogos da base após "comportamentos hostis" de adultos. Os das categorias sub-11 e sub-12 foram realizados sem torcida. De um modo geral, os pais vão assistir aos jogos dos filhos e não conseguem se controlar: bebem, xingam as crianças, gritam e brigam entre si por causa de um lance e outro. E, de um modo geral, são pessoas bem postadas, formadas, endinheiradas até. Mas acham que cada filho é um Messi em potencial, é um Cistiano Ronaldo, é um Neymar, e se algugém discorda, "o pau quebra!".
Eu cheguei a pensar que era um exagero da Federação. Pois bem, no sábado passado, fui a um shopping assistir a um jogo de um amiguinho meu, de 9 anos. Estava tudo muito bem arrumado, uniformizado, com juizes e assistentes. E começou o jogo, inclusive com duas meninas nas esquipes, uma de cada lado. Logo percebi que muitos pais e mães estavam bebendo, e todos jogados sobre o alambrado torcendo por seus respectivos filhos. Cada um achando que o seu filho era melhor do na verdade era no trato com a bola. e os ânimos foram subindo, subindo, até que uma mãe, não sei por que, jogou um copo de cerveja na cara de um pai. Pronto: "o pau quebrou", xingamentos, empurra-empurra, estresse, mal exemplo, estupidez. As crianças com seus olhinhos arregalados, sem muito entender, ficaram confinadas dentro do campo, enquanto os pais passavam a vergonha a limplo, se quergonha tinham.
Qual exemplo eles querem dar aos filhos, afinal? O esporte serve justamente para agregar, unir, desenvolver. Neste caso em tela, ganhar ou perder ou empatar, não deveria ter qualquer importância. Seria mais bonito se ao final do jogo, todos se reunissem para conversar, conhecer, se divertir, resenhar.
Então, devo admitir, que a Federação Paulista está correta. Quem não tem controle nem educação para assistir a um filho jogar, ou cantar, ou representar, que fique em casa vendo pela TV.
Credito: Escritor Achel Tinoco
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