Já não me lembro dos sonhos que tive,
Mas esta noite sonhei com um rio de carpas
E cães que as perseguiam dentro d'água,
Com coleiras de ouro, rotas e capas.
Tinham o dorso alaranjado, riscas pretas,
E se escondiam nas águas turvas do rio,
Sempre à mercê de seus perseguidores,
De olhos loucos, famintos, de canino ardil.
Eu me perguntava: cadê as minhas botas?
Talvez fosse eu a perseguir o meu sonho:
Inverossímil e impossível de realizar.
Talvez fosse a minha alma que ainda brota
Do lamaçal, para desfazer o que proponho
E me dizer que chega, chega de sonhar.
Credito: Escritor e poeta Achel Tinoco

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