Não há maior vergonha do que admitir o próprio fracasso. O fracasso é um sonho pelo qual tanto se lutou, e que acaba abandonado na beira d'um abismo de bordas largas, sobre as quais o fracassado estaciona sua miséria. Sequer consegue juntar os pedacinhos de si mesmo, que jazem em sua obra, para os precipitar no vazio. A mente anuviou-se-lhe. O pensamento já não o acompanha. A sede que tinha de saber não o alimenta mais, e tudo o que juntou em torno do sonho que acalentara cabe no mero desejo de desistir, sem ao menos entender por que desistiu, desistiu de si mesmo. A fome que tinha de cultura, de amor, de vida, troca, pesarosamente, por um prato de comida.
E fim.
Credito: Escritor Achel Tinoco

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