Matéria: Escritor e poeta Achel Tinoco
Revolta?
Sim.
Surgiu na Capitania da Bahia, em 1798, um movimento social denominado “Conjuração Baiana”, também conhecido como “Revolta dos Alfaiates” porque membros importantes do movimento exerciam essa profissão, que tinha como objetivo o rompimento dos laços coloniais com Portugal. A Capitania da Bahia era governada por Fernando José de Portugal e Castro, 2º Conde de Aguiar, que fora também vice-rei do Brasil. A população não estava satisfeita com o governo, queixava-se porque os preços das mercadorias básicas eram elevados todos os dias. Como se não surtisse resultado começou a realizar saques nos açougues, mercados e vendas em geral. A revolta eclodiu no dia 12 de agosto, liderada pelos alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos, e pelos soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens. Os motivos: a abolição da escravatura, a proclamação da República, a diminuição dos impostos, melhorias salariais, condições melhores de vida e o fim do descaso e da situação de extrema miserabilidade que haviam tomado as classes populares desde que a Coroa transferira a sede do governo colonial para o Rio de Janeiro, em 1763.
Mas, uma população sozinha não se organiza assim. Não, claro que não. Essas ideias revolucionárias, inspiradas nos ideias de liberdade vindas da Europa, eram difundidas pela elite cultural da Bahia reunida em associações como nas Lojas Maçônicas. Essa e outras ideias foram divulgadas através de cartazes e panfletos distribuídos em frente às igrejas e nas ruas da capitania, escritos pelo soldado Luiz Gonzaga das Virgens e pelo principal líder Cipriano Barata, conhecido como “o médico dos pobres”, que tinha grande influência da maçonaria, e também do padre Agostinho Gomes, adeptos do pensamento francês e críticos ferrenhos do sistema colonial português em vigor.
. Um dos panfletos dizia:
"Animai-vos povo baiense, que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade; o tempo em que todos seremos irmãos; o tempo em que todos seremos iguais."
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