Pata Seca o Escravizado que Viveu 130 Anos

  O escravizado que viveu 130 anos e teve 248 filhos.

A história de Roque José Florêncio, conhecido como Pata-Seca, é uma narrativa única e impactante que ecoa os horrores da escravidão e a força do espírito humano. Ele nasceu na primeira metade do século XIX e foi comprado por Francisco da Cunha Bueno em uma feira na vila de Sorocaba, interior de São Paulo. Sua estatura impressionante de 2,18 metros e suas mãos longas e finas lhe renderam o apelido de Pata-Seca. 

Pata-Seca foi designado como "escravo reprodutor", uma prática cruel baseada na superstição de que homens altos com canelas finas eram mais propensos a gerar filhos homens. Ele foi forçado a visitar a senzala regularmente para gerar filhos que seriam usados como mão de obra escrava. Estima-se que ele tenha tido cerca de 248 filhos não registrados, e hoje, aproximadamente 30% da população do distrito de Santa Eudóxia seja descendente dele.

Apesar das circunstâncias, Pata-Seca conseguiu construir uma vida fora da senzala. Ele trabalhava como mensageiro, percorrendo diariamente 35 quilômetros a cavalo entre Santa Eudóxia e São Carlos para buscar correspondências. Foi nesse serviço que conheceu Palmira, com quem se casou e teve nove filhos. O casal recebeu 20 alqueires de terra do proprietário da fazenda, onde construíram uma casa e cultivaram alimentos.

Pata-Seca faleceu em 1958, aos 130 anos, de acordo com sua certidão de óbito. Sua história é um testemunho da resistência e da complexidade das relações sociais durante a escravidão no Brasil. Ela também destaca a importância de resgatar a memória negra, frequentemente esquecida pela história oficial.

Essa narrativa é um lembrete poderoso da necessidade de reconhecer e preservar as histórias daqueles que viveram sob condições tão adversas. O que você acha dessa história?

Credito: Página/ Não Sonos Invisíveis 

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