A Utopia do Olhar
Está nas lonjuras o meu olhar,
Tanto se parece com um rio
Porque não para de viajar.
Atravessa vales, estagnou-se,
Mas ainda pouco, tão pouco,
Pensa ter avistado o mar.
O cansaço da caminhada
Talvez o tenha confundido
E o que pensa ser o mar
É, tão somente, o desejo
De se ter com um amigo
Confiável para chorar.
As dores que levou consigo,
Quando partiu de mim,
Fizeram-no se turvar,
À mercê de ventos bravios
Que o obrigaram a reaver
Um cisco para lhe soprar.
E eu, que não o quero de volta,
Guardo comigo essa tristeza
De só o ver distante a sonhar.
Pouco fiz que o realizasse,
Por isso, partiu sem rumo
Na utopia do meu olhar.
Credito:Escritor e Poeta Achel Tinoco
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