Jogando-se do Cais do Porto

 

A alma parece que se envereda 

À procura de um despenhadeiro

Para se entregar ao seu destino,

Qual fosse o de um prisioneiro.


E nada mais há, exceto o vazio

De uma vida sem ter passado

Sobre as águas mornas, azuis

Daquele céu de anil, estrelado.


O que existe é o que não vejo,

Mas deve estar abaixo de mim,

Como uma sombra sem corpo.


Porque assisti a um percevejo

Dançando a valsa no jardim,

Até se jogar do cais do porto.

              Credito: Escritor e poeta Achel Tinoco


#vangogh 

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