Soneto da Madrugada
As portas da madrugada estão abertas,
E não consigo fechá-la à tramela.
Ninguém mora lá, eu sei, está deserta,
Apesar de que lá dentro luze uma estrela.
Cá me vejo insone à beira da cama
Esperando por um sono que não vem.
Finjo adormecer se alguém me chama,
Mas a verdade é que não há ninguém.
E assim, entro pela alta madrugada
Qual fosse uma tempestade de areia
Para destelhar o teto e sujar a casa.
Abro as portas ao ranger da alvorada,
Como as bandas do coração à peia
Que arranca a pena e quebra uma asa.
Credito: Escritor e poeta Achel Tinoco
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