Ensaio sobre a Inspiração
De todo modo, a inspiração não paira sobre nossas cabeças como uma aura permanente a irradiar belezas, perfeições, olhares, nem nos vem visitar todos os dias. Não. É preciso escrevê-lo, pintá-la exercitá-la, enquadrá-la, esmerilhá-la para que tome forma e jeito, até que, finalmente, se transforme em arte. A inspiração, portanto, não nos é entregue pronta como num pacote de argamassa: jogue-se dentro água e já pode usá-la na obra. Faz-se preciso, antes do quadro ou da dissertação, misturá-la aos nossos sentimentos, ao nosso desejo maior de criar. Eis a Inspiração. Mas falta na tela aquela genial pincelada, a paisagem que ainda não se acabou de visualizar, a folha do pergaminho sobre a qual ainda não púnhamos as letras, o acabamento e o post scriptum. A inspiração, por assim dizer, é um vento brando na beira do rio, numa das estações que, invariavelmente, vai passar por nós. Lá vem ela, zunindo aos nossos ouvidos, colorindo o imaginário, pronta a ser capturada, pelo menos em parte, por quem está a postos para criar, desenvolver, pintar, escrever, trabalhar, viver, sonhar.
A inspiração é, sim, o nosso eterno motivo.
Credito: Escritor e Poeta Achel Tinoco#inspiração
Comentários