Dedo-de-Moça

 

Somos de um ontem já tão distante,

Que hoje não faz mais sentido.

O que passou, fica num instante

De alguém que mexeu comigo.


O tempo é que nos espera passar

— Ele não se movimenta.

Está sempre onde não está,

Como a picância duma pimenta.


Por isso, ontem nos indicou

O dedo-de-moça do nosso tempo,

Que só há tédio no que não tem cor.


E porque já se vai lá adiante,

Pode reforçar este sentimento

De polir o nosso último instante.

               Credito: Escritor e Poeta Achel Tinoco


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