sábado, 2 de agosto de 2025

Soneto de Desistência

 

Eu, que tinha em mim todos os sonhos do mundo,

Não quero mais sonhar com a aurora inacreditável.

Prefiro pisar o chão que me seja deveras habitável

E que não me exponha tanto a este inverso mundo.


Ficou para trás, e sem qualquer reconhecimento,

Tudo o que imaginei em permanente construção,

Quando, na realidade, era apenas mais uma demão

De uma tinta incolor que desaparecia com o tempo.


E, assim, acreditei que os sonhos seriam estrada

A cada página que eu rabiscava a duras penas,

Enquanto não se abria na minha vida uma picada.


Até que compreendi o que disse Pessoa ao escrever:

Talvez a minha alma seja infantilmente pequena

E, por isso, sou apenas este sonho de nada ser.

Credito: Escritor Achel Tinoco

#poemas 

#fernandopessoa 

#desistência

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