sábado, 30 de agosto de 2025

Gastas de Linho

 


Minha vida está afeita a esperar:

Que os céus se abram em alinho,

E me vergastem as hastas de linho,

E me guardem na vastidão do mar.

 

Nada eu tenha, que não seja tudo,

O que importa para eu me desatar.

Leve um sorriso a quem me olhar,

Faça zunir o ouvido de um surdo.

 

E, quando à noite o céu se estrelar,

Eu conte a esse amor que não tive

Sobre o amor que, em mim, ative

 

A esperança de me fazer cantar,

Sob o manto das estrelas vadias,

Que ainda luzem, mas estão frias.


Credito: Escritor e poeta Achel Tinoco


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