Texto: Wesley Faustino
Seabra
Povoado de Campestre e a Batalha do Sertão
Palco da histórica contenda entre o coronel Horácio Queirós de Matos e Manuel Fabrício de Oliveira, referida pelos moradores com a "batalha do sertão", é referenciada pelo escritor Walfrido de Moraes como o "cerco a Campestre".
Conhecido como o "governador do sertão", o coronel Horácio de Matos, durante 42 dias sitiou Campestre na intenção de capturar o jagunço Juvenal Cuscus, protegido do líder político local, Manuel Fabrício.
Cuscus havia matado, por vingança, Vitor de Matos, em 04.12.1914, irmão do coronel Horácio e refugiou-se na cidade de Campestre sob a proteção de cerca de 200 homens e mais de meia centena de policiais.
Depois da "batalha dos coronéis", como é referida por alguns moradores, o local entrou em decadência e perdeu o status de cidade agora povoado de Seabra.
O povoado preserva parte da sua arquitetura original, apesar de muitos imóveis em estado de ruína - ainda poderão ser vistas em suas construções algumas das cicatrizes deixadas por antigas batalhas.
Igreja Nossa Senhora da Conceição
Datada de 1847, o templo é dos mais antigos da região e serviu de refúgio para as tropas do coronel Manuel Fabrício contra o cerco do coronel da região, Horácio de Matos.
A localidade também foi passagem da famosa Coluna Prestes, movimento político-militar brasileiro ligado ao “tenentismo” ocorrido entre 1925 e 1927.
A igreja também tem importância arquitetônica. Sua fachada principal é flanqueada por cunhais e possui três portas com mesmo número de janelas e arco abatido. Internamente tem piso em lajota de barro, passadeiras em pedra na parte central da nave e capela. Destacam-se imagens de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora do Rosário e Senhor Morto, em madeira policromada.
Fonte: Estrada Real: Caminhos da Bahia Colonial - Indicativos do Potencial Turístico / www.ipac.ba.gov.br
Fotos: arquivo CBPM
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