"O município de Jequié era proveniente da sesmaria do capitão-mor João Gonçalves da Costa, que sediava a fazenda Borda da Mata. Esta, mais tarde, foi vendida a José de Sá Bittencourt, refugiado na Bahia após o fracasso da Inconfidência Mineira. Em 1789, com sua morte, a fazenda foi dividida em vários lotes entre os herdeiros. Um desses lotes foi chamado ‘Jequié’, nome originado da língua dos índios tapuias, seus primeiros povoadores. Para eles o termo ‘jequié’ designava onça ou cachorro. A cidade desenvolveu-se a partir da movimentada feira que atraía comerciantes de todos os cantos da região, no final do século XIX, e abastecia o Sudeste da Bahia, bem como a bacia do Rio das Contas, volumoso e cercado por uma extensa mata.
"Os mascates iam, de porta em porta, vender toalhas, rendas, tecidos e outros artigos trazidos de cidades maiores, enquanto os tropeiros e os canoeiros encaminhavam-se, invariavelmente, à praça Luiz Viana — nome em homenagem ao governador que emancipou a cidade (antiga Praça do Comércio). Nessa praça desenvolveu-se a primeira feira livre da cidade. A partir de 1885, ganhou mais organização depois que os comerciantes e líderes da comunidade italiana José Rotandano e José Niella decidiram comprar todo o excedente dos canoeiros e de outros produtores, até ser totalmente destruída pela enchente de 1914. Foram oito dias de intensas chuvas naquele janeiro trágico, que arrasaram a cidade e destruíram mais de mil casas. O rio subiu tanto que se chegou a pensar, fosse o fim do mundo”. (Texto extraído do meu livro ‘Um Jardim para Leonel’, publicado em 2014).
E por que estou dizendo isso? Porque Jequié, conhecida como Cidade Sol, que já foi até capital do Estado (por decreto), deixou a terrível enchente para trás, mas mergulhou na violência, o que muito nos entristece. São dezenas de assassinatos todos os meses e parece que não tem fim, o que deixa a população perplexa e assustada. Diz o governador que essa onda de violência é causada pelo crime organizado. Pois então que o estado também se organize para combater o crime organizado, ora tá! E tire de Jequié o título de cidade mais violenta do Brasil. Ninguém merece.
#jequié
Credito: Escritor e Poeta Achel Tinoco
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