A Feira
Por Achel Tinoco
Não há nada mais belo e representativo do que uma Feira. Toda cidade tem a sua. ‘Olha a farinha, o feijão, o maxixe!’ O freguês joga na boca um punhadinho de farinha para experimentá-la, o outro que morde um pedaço de aipim, aquele que bate com o dedão na melancia para descobrir se está madura. No fim das contas, leva meio quilo de fubá. Mas vamos lá, andando pelo meio da feira: papeis de embrulho jogados no meio da rua, cachorros que roubam um osso e correm entre as barracas, urubus que rondam a região. Assim caminhamos por entre as barracas dessa Feira Livre, como se caminhássemos na feira de qualquer outra cidade brasileira. Vende-se de tudo, desde moringas de barro a uma mão de pilão; desde carne a verduras. “Faço um bom preço, freguês”, diz o homem com um chapéu de palha na cabeça, perto do meio dia, já cansado e doido para vender o restante da mercadoria e voltar para casa. No fim da tarde, os urubus tomam conta da praça, brigam pelas tripas descartadas no chão; cachorros vadios passeiam entre as barracas já vazias à procura das costelas deixadas para trás. A noite cai, e nenhum político mais se atreve a visitá-la, mas logo ao amanhecer a gente volta à lida da feira. E é aquela algaravia de todo dia!
Toda feira é uma pequena cidade; e toda cidade tem sua feira
Esta é a centenária feira da Rampa do Mercado Municipal de Manaus (1966) onde, desde os primórdios da cidade, se comercializava os produtos trazidos por pequenos agricultores das vizinhanças da cidade.
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