quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Cordel do Bêbado

 


A noite se estenda,

O bêbado na venda

Se recusa a sair.

Exige outra pinga,

O vendeiro se vinga

E serve um açaí.


O bêbado se desequilibra,

Cai sobre a mesa, enriba

Duma garrafa quebrada.

Corta o dedo do pé,

Dá o dedo pra mulher

E diz que é uma desalmada.


Levanta-se sem prumo,

Faz um cigarro de fumo

E o põe na boca, apagado.

Pega seu chapéu de palha,

Enfia na cabeça vazia, encalha

E sai porta afora, aperreado.


Dois passos adiante,

O bêbado cai num instante

E dorme profundamente.

O homem não é mais homem,

É um pobre lobisomem

Que se espoja na gente.


E quando acordar amanhã,

Ouvirá o canto da aracuã

No fundo do quintal.

Dirá que vai largar a cachaça;

Que é um vício da desgraça;

Que já está lhe fazendo mal.


À noite volta à venda,

Cachaça, seu Zé, não lhe venda

Com a graça de Deus.

Mas como a carne é fraca,

De cachaça ele se encharca,

E volta aos braços de Morfeu.



Credito: Escritor e Poeta Achel Tinoco

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