Como atravessar esta noite
Que temos dentro de nós?
Parece que não amanheci,
Parece uma casca de noz.
Chamamo-la ansiedade,
Ou algo mais retroativo
A despertar os silêncios
De quem já não está vivo.
Os mortos que se juntam
Sob o olhar da escuridão
Contam os carneirinhos
Do sono reparador? Não.
Seja, então, um pesadelo.
Atenha-se ao crepúsculo
Desta noite desajustada,
Desse sonho opúsculo.
A mente não está saudável
E impede o entendimento.
É possível que nos interne
Dentro do esquecimento.
Mas há uma nuvem vazia
Que em nós amanhece;
Um oásis de esperança
Em tudo o que é prece.
Outro dia, seis da tarde,
Que o sol vai-se pondo
Noutros olhos sem luar.
Eu vou — até quando?
Credito: Escritor e Poeta Achel Tinoco

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