-Quantos vinténs para encher essa garrafa dagua!? Ave Maria, credo!! Veja se deixa por três
-Então rapariga você pensa que isto é vinho?
Periódico "O Mosquito" n°191, 10/05/1873
Uma casa com torneira era muito rara até meados do século XIX, apenas prédios públicos e alguns religiosos podiam contar com essa regalia. Os vendedores de água, podiam carregar sobre suas cabeças barris com quinze ou dezesseis galões de água, ou puxar um grande tonel sobre uma carroça.
Com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, o problema da escassez de água potável se agravou. Em 1833, uma companhia com capitais brasileiros e ingleses se candidatou a fazer chegar água encanada às residências, mas não foi bem sucedida.
No ano de 1840, Sebastião da Costa Aguiar aperfeiçoou o primitivo comércio, criando uma frota de carroças com duas rodas puxadas por um burrico. As carroças levavam aos consumidores “a boa água do vintém”, proveniente da chácara daquele nome, situada no final da rua Aguiar, no Largo da Segunda Feira.
À medida que o Rio crescia, foram sendo aproveitados os mananciais explorados. A distribuição domiciliar ainda era privilégio de poucas residências particulares, além das repartições públicas e templos religiosos.
Os principais mananciais explorados no século XIX e princípio do século XX formaram os sistemas de Santa Tereza (Carioca, Lagoinha e Paineiras); o da Tijuca (Maracanã, São João, Trapicheiro, Andaraí, Gávea Pequena, Cascatinha); o da Gávea (Chácara da Bica, Piaçava, Cabeça, Macacos); o de Jacarepaguá (Rio Grande, Covanca, Três Rios, Camorim); o de Campo Grande (Mendanha, Cabuçu, Quininha, Batalha) e o de Guaratiba (Taxas e Andorinhas).
Com o tempo foram construídos os reservatórios da Caixa Velha da Tijuca (1850); o da Quinta da Boa Vista (1867); o da Ladeira do Ascurra (1868), no Morro do Inglês e o do Morro do Pinto (1874).
No ano de 1876, o Governo Imperial, com o engenheiro Antonio Gabrielli iniciou a construção da rede de abastecimento de água em domicílio e, assim, foi possível a “abolição do antigo barril carregado à cabeça e das incômodas e imundas bicas das esquinas”.
Créditos: "Brazil Imperial"
Comentários
Postar um comentário