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Maria Felipa de Oliveira




"Quem? 

"Nunca ouvimos falar dela. 

"Uma negra marisqueira que se engajara na luta contra os portugueses desde que as notícias do Grito do Ipiranga chegaram à Bahia. Uma personagem que a história ainda não registrara devidamente, mas que ficaria preservada na memória da população insular, e seria conhecida como a “Heroína Negra da Independência”. Segundo relatos, nenhum documental, Maria Felipa viveu na Ponta das Baleias. Era uma negra alta, forte, corpulenta, que vestia saias rodadas, bata, torso e chinelas. Liderava um grupo de aproximadamente quarenta mulheres na defesa das praias de Itaparica — Joana Soaleira, Brígida do Vale, Marcolina, dentre outras — e homens de diferentes classes e etnias. Construiu trincheiras nas praias, organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo e as chamadas “vedetas”, feitas dia e noite a fim de prevenir o desembarque de tropas inimigas. Durante as batalhas, várias embarcações lusitanas foram incendiadas por aquelas mulheres, entre elas a canhoneira Dez de fevereiro, na praia de Manguinhos, e a barca Constituição, na Praia do Convento. Armadas de peixeiras e galhos de cansanção, elas surravam os portugueses que ousavam desembarcar na ilha e ateavam fogo aos barcos usando tochas de palha de coco e chumbo. Os soldados não resistiam às queimaduras na pele e partiam desesperados. 

"Na primeira cerimônia de hasteamento da bandeira nacional após a derrota definitiva dos portugueses, no Forte de São Lourenço, em Ponta das Baleias, Felipa teria invadido a armação de pesca de Araújo Mendes, português abastado, para surrar o vigia Guimarães das Uvas. Surpreendeu-o a mijar num canto, agarrou-o pelo saco peludo e esfregou o cansanção nos bagos com tanto engenho que o homem não mais prestou... Ficou roncolho.  

"Pelo menos foi o que nos contaram. 

"As lutas da população itaparicana não haviam terminado. A hostilidade e os conflitos, conhecidos como mata-marotos, entre portugueses e brasileiros, continuariam a existir pelo menos por mais dez anos." 


Do livro "O conto da ilha de Taparica, do escritor Achel Tinoco.

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