O ESCAMBAU
Havia por detrás daquele mar, um lugar chamado Escambau. No meio de uma onda política, a população foi dividida ao meio. As pessoas que moravam na banda de lá do rio preferiam a cor azul; as da banda de cá, a cor rosa. Só não viam “a banda passar cantando coisas de amor”. Foram divididas entre aqueles e aquelas, todas e todos, bem-vindos e bem-vindas ao Escambau.
O rio que corta esse país chama-se Destutt de Tracy; não povoa suas margens com as águas depurativas da razão, nem abrange um sistema de ideias, quiçá o de esgoto que desidrata as baronesas e leva ao mar todas as invencionices da terra, as injurias e as deturpações. Pouquíssima educação. Nenhuma produção. Sequer sabem guerrear aqueles escambalenses, tão somente ferir com estilingue a vidraça que cobre as próprias casas. São ‘desabastados’ de pensamentos úteis, de um projeto comum a todos, que lhes façam pelo menos caminhar sem que tropecem nos corpos de inimigos imaginários...
No céu acinzentado do Escambau não tem estrelas. Se uma estrela é malvista, então melhor não cultivar estrela alguma, para não estragar o rebanho. E o rebanho vai descendo a ladeira, sem norte, desunido, arrogante, como se caçasse um pote d’ouro no fim do arco-íris. Se o encontrar amarelado, não serve. Ou é azul ou é rosa. Na verdade, não sabe aonde vai, muito menos se vai chegar, mas vai mesmo assim acudindo a desesperação. O que se fizer de certo tem que estar errado; o que se fizer de errado tem que parecer certo, porque a cor da bandeira não condiz com o olhar daltônico da turba: são uns azulistas; outros, rosistas. Então que se reescreva o hino, contanto que não seja cantado em canto algum. Fique lá na mudez da ignorância.
Talvez fosse de bom tom criar partidos para governar o país: Partido Azul e Partido Rosa (PA e PR). Mas logo alguém há de questionar: por que não o PI (Partido Incolor). Pronto, a celeuma está criada. Fique o Escambau desgovernado. Que aprendam a pescar sem vara! Só não se sabe se do lado de lá ou do lado de cá.
Talvez fosse mais razoável abaixar as armas, não?!
Por hora, não visitem o Escambau.
Havia por detrás daquele mar, um lugar chamado Escambau. No meio de uma onda política, a população foi dividida ao meio. As pessoas que moravam na banda de lá do rio preferiam a cor azul; as da banda de cá, a cor rosa. Só não viam “a banda passar cantando coisas de amor”. Foram divididas entre aqueles e aquelas, todas e todos, bem-vindos e bem-vindas ao Escambau.
O rio que corta esse país chama-se Destutt de Tracy; não povoa suas margens com as águas depurativas da razão, nem abrange um sistema de ideias, quiçá o de esgoto que desidrata as baronesas e leva ao mar todas as invencionices da terra, as injurias e as deturpações. Pouquíssima educação. Nenhuma produção. Sequer sabem guerrear aqueles escambalenses, tão somente ferir com estilingue a vidraça que cobre as próprias casas. São ‘desabastados’ de pensamentos úteis, de um projeto comum a todos, que lhes façam pelo menos caminhar sem que tropecem nos corpos de inimigos imaginários...
No céu acinzentado do Escambau não tem estrelas. Se uma estrela é malvista, então melhor não cultivar estrela alguma, para não estragar o rebanho. E o rebanho vai descendo a ladeira, sem norte, desunido, arrogante, como se caçasse um pote d’ouro no fim do arco-íris. Se o encontrar amarelado, não serve. Ou é azul ou é rosa. Na verdade, não sabe aonde vai, muito menos se vai chegar, mas vai mesmo assim acudindo a desesperação. O que se fizer de certo tem que estar errado; o que se fizer de errado tem que parecer certo, porque a cor da bandeira não condiz com o olhar daltônico da turba: são uns azulistas; outros, rosistas. Então que se reescreva o hino, contanto que não seja cantado em canto algum. Fique lá na mudez da ignorância.
Talvez fosse de bom tom criar partidos para governar o país: Partido Azul e Partido Rosa (PA e PR). Mas logo alguém há de questionar: por que não o PI (Partido Incolor). Pronto, a celeuma está criada. Fique o Escambau desgovernado. Que aprendam a pescar sem vara! Só não se sabe se do lado de lá ou do lado de cá.
Talvez fosse mais razoável abaixar as armas, não?!
Por hora, não visitem o Escambau.
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