Primeira mulher a ser eleita deputada federal no Brasil e América Latina, com 176 mil votos, na legenda da chapa única por São Paulo, em 1933, Carlota Pereira de Queirós, médica, escritora e pedagoga, participou dos trabalhos na Assembléia Nacional Constituinte de 1934.
Na eleição de 1933, quando as mulheres puderam votar, mesmo com restrições, e serem votadas, além de Carlota Queirós, no Rio de Janeiro pelo Partido Autonomista, mais sete mulheres se candidataram à Assembléia Nacional Constituinte, todas pelo Distrito Federal - naquela época ficava no Rio de Janeiro.
A biologa Bertha Maria Júlia Lutz, a mais votada de todas com 16.423 votos, angariou a primeira suplência.
Tivemos, também, dez eleitas para Assembleias Legislativa, entre elas, a primeira deputada negra do Brasil, no estado de Santa Catarina, Antonieta de Barros, filha de escrava liberta.
Após a promulgação da Constituinte em 17 de julho de 1934, Carlota Queirós teve o seu mandato prorrogado até maio de 1935.
Ocupou seu cargo até o Golpe de 1937, quando Getúlio Vargas fechou o Congresso.
Na Constituinte, Carlota integrou a Comissão de Saúde e Educação, trabalhando pela alfabetização e assistência social.
Seu mandato foi em defesa da mulher e das crianças, trabalhava por melhorias educacionais que contemplassem melhor tratamento das mulheres.
Parte do discurso proferido por ela em 13 de março de 1934:
“Além de representante feminina, única nesta Assembléia, sou, como todos os que aqui se encontram, uma brasileira, integrada nos destinos do seu país e identificada para sempre com os seus problemas. (…)
(...)
Nem um só momento me senti na presença de adversários. Porque nós, mulheres, precisamos ter sempre em mente que foi por decisão dos homens que nos foi concedido o direito de voto. E, se assim nos tratam eles hoje, é porque a mulher brasileira já demonstrou o quanto vale e o que é capaz de fazer pela sua gente".
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