A morte mais triste é aquela pelo esquecimento:
do amor nos fundos da casa,
sob o pé de abacate,
atrás da garagem,
na mesa da cozinha.
Tão pueril:
a lua estocada,
o mugido de gado,
o gozo estudantil,
Eras tão minha!...
O olhar foi-se afastando de nós,
a gravidade de tua voz,
o meu riso afundou-se no rio.
Evitemos as correntezas, portanto,
posto que as águas correm na beira,
à margem dessa esteira vil
— tenha dó!
Estou a espiar aqueles nossos atrevimentos:
eu, aconchegado ao teu peito;
tu, que cumpriste o meu eito,
e os nossos corações ritmados:
pareciam um só.
#poesia #poemas
Comentários
Postar um comentário