30° livro do Escritor Achel Tinoco
A biografia do cantor Fábio.
Prefácio Silvio César.
O cantor Fábio é um caso recorrente de tantos artistas que não souberam se cuidar, que não souberam poupar, que não souberam lidar com a fama, mas são grandes, importantes, artistas. Nasceu Juan Zenón Rolón em terras de Horqueta, no Paraguai. Ainda na adolescência, aos 16 anos, Juancito mudou-se para São Paulo, para iniciar uma carreira como cantor. Sonhava apenas em cantar, fazer sucesso e comprar uma casa para a sua mãe. "A Jovem Guarda estava estourada, pilotada por Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléia, Goden Boys, Prine Loris, Jerry Adriani, Bob de Carlo, Ari Sanches, dentre outros".
Carlos Imperial deu-lhe o nome de Fábio, e o levou para o Rio de Janeiro, em 1967. Com sua estampa de bom moço, bonito e apessoado, envolveu-se com tantas garotas, com tantas histórias, com tantas drogas. Emplacou tantas músicas, ganhou tantos dinheiros, perdeu tantos valores. Fez grandes amizades, dentre elas, a que mais se destaca, com Tim Maia, com quem cantou, compôs diversas músicas, aprontou e bebeu muito.
Finalmente, Fábio compôs o seu grande sucesso, 'Stella', música que estourou nas rádios. Shows por todo o Brasil. Até a Globo se rendeu ao sucesso do jovem paraguaio e o convidou para gravar algumas vinhetas com o eco de Stella: "Rádio Globo"; "Flamengooo" e "Botafogooo!". E Fábio chegou ao Festival Internacional da Canção, de 1970, para defender a música 'Encouraçado', da compositora mineira Sueli Costa. Foi escolhido como o melhor intérprete.
Finalmente, casou-se. Separou-se, seis meses depois, e foi a Paris correr atrás da mulher, deixando para trás a carreira. Ficou dois anos na cidade luz. Ao voltar, não tinha, sequer, um lugar para morar. Mas ainda alcançaria o sucesso com a música 'Até parece que foi sonho', de sua autoria e de Paulo Sérgio Valle. No entanto, sabia que amanhã não mais o reconheceriam, e admitir o fracasso e aceitar que precisava de ajuda não era fácil. É uma espécie de depressão antecipada.
Em 1989, Fábio decidiu deixar o Rio de Janeiro, definitivamente, sob pena de as drogas e o álcool o vencerem definitivamente. Foi viver em Salvador, na Bahia; foi morar na Pedra do Sal, em Itapuã. Com o tempo, parou de beber e de usar qualquer tipo de droga. Às vezes lembra de sua fase áurea, às vezes canta, às vezes chora, por não ter conseguido presentear sua mãe com a casa como lhe prometera um dia.
E como Pessoa,
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Aguardem!
Credito; Escritor Achel Tinoco
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