. Matéria: Escritor Achel Tinôco
"...A colheita era feita com um podão preso à ponta de uma vara comprida para alcançar o fruto nas galhas mais altas. Geralmente, as mulheres vinham atrás catando ou, como se dizia, bandeirando as cabaças do chão, fazendo rumas em espaço intercalado para facilitar a localização na hora da quebra. Quando terminavam a colheita, juntavam-se os pares ao redor das rumas para quebrar o cacau. Normalmente o homem se encarregava de parti-lo com um pedaço de facão chamado bodôco, e as mulheres iam descaroçando. Quando a caixa de madeira — ou balaio — ficava cheia, era despejada numa cama previamente feita no chão com folhas de bananeira, em seguida transportado para os cochos atrás da estufa. Ao redor da cama, as mulheres cavavam um pequeno buraco e forravam com novas folhas para o mel escorrer lá para dentro. Era comum a correria para o mato depois de tanto beberem o caldo delicioso e forte. Mulas e burros carregados subiam à sede para encher os cochos. Sobre as barcaças, o cacau era pisado por pés descalços até ficar limpo e enxuto. Por último, o estufeiro ateava fogo nas toras de lenha sob a barcaça. Quando a fumaça escapava das chaminés, o cacau escurecia ao ponto."
"...A colheita era feita com um podão preso à ponta de uma vara comprida para alcançar o fruto nas galhas mais altas. Geralmente, as mulheres vinham atrás catando ou, como se dizia, bandeirando as cabaças do chão, fazendo rumas em espaço intercalado para facilitar a localização na hora da quebra. Quando terminavam a colheita, juntavam-se os pares ao redor das rumas para quebrar o cacau. Normalmente o homem se encarregava de parti-lo com um pedaço de facão chamado bodôco, e as mulheres iam descaroçando. Quando a caixa de madeira — ou balaio — ficava cheia, era despejada numa cama previamente feita no chão com folhas de bananeira, em seguida transportado para os cochos atrás da estufa. Ao redor da cama, as mulheres cavavam um pequeno buraco e forravam com novas folhas para o mel escorrer lá para dentro. Era comum a correria para o mato depois de tanto beberem o caldo delicioso e forte. Mulas e burros carregados subiam à sede para encher os cochos. Sobre as barcaças, o cacau era pisado por pés descalços até ficar limpo e enxuto. Por último, o estufeiro ateava fogo nas toras de lenha sob a barcaça. Quando a fumaça escapava das chaminés, o cacau escurecia ao ponto."
Do meu livro Vilarejo dos Anjos
Foto e arte destes frutos de cacau: Selma Calheira
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