O Professor: O Dia, A Hora
No meu tempo de estudante, o professor era uma espécie de ídolo e, muitas vezes, o aluno se apaixonava por ele: aquela linda professorinha dos sonhos dos meninos; aquele eterno professor que passeava pelas fantasias das meninas.
Quando tocava a sineta, e ele entrava na sala, levantávamos educadamente para cumprimentá-lo. Ao primeiro sinal, ficávamos no mais completo silêncio para escutá-lo. E lá estava ele escrevendo no quadro negro, e cá estávamos nós a aprender... Não quero dizer com isso que não havia cochichos, brincadeiras, conversas paralelas. Sim, havia tudo isso e muitas vezes por isso ganhávamos esbregues, reclamações. Nada que não se resolvesse num instante, no ambiente das aulas. Os mais jovens respeitavam os mais velhos. Os alunos respeitavam os professores. Os filhos respeitavam os pais.
Hoje, os alunos perderam o respeito pelo professor; não têm respeito pelos pais; não têm respeito pela cidade onde vivem. Para eles, o professor é um escravo particular que está ali para ouvi-los rosnar..., e, muitas vezes, merecem ser chicoteado pelo ‘torpe’ motivo de tentar incutir em suas cabeças ocas um pouco de educação. Uma educação pelo menos básica, daquelas que antigamente se trazia de casa: não cuspir no chão, não responder aos mais velhos e não colar chicletes nas carteiras.
As cenas mostradas diariamente na TV de alunos espancando professores não são apenas chocantes, são insuportáveis e inadmissíveis. Além de receberem salários ridículos, da falta de estrutura das instituições onde trabalham, são obrigados a conviver com um ambiente de medo, grosserias, desrespeito e agressões.
Professor é uma profissão de alto risco.
Um país não se desenvolve sem educação. Mas com o Estado assistencialista e protecionista que temos, a sala de aula serão as ruas, e a escola transformar-se-á numa grande fossa política. Não tarda, o aluno se autoeducará, e assim seremos um país de monstros.
Enquanto isso não acontece, e espero que aconteça nunca, que o professor continue a insistir, a construir vidas, delinear sonhos, descortinar horizontes. Ele é o reboco, a massa fina e a pintura de qualquer nação que pretenda ser desenvolvida.
Amém!
Parabéns, professores!
Em especial aos meus da infância, em Ibirataia: Dinha Dilce, Chiquinho, Guia Sidnólia Almeida Ramos, Renato, Maria do Carmo, Niltinho, Zilma Calheira Silva, Lourdes Calheira, Sidnéa Araújo, Magnólia Souza.
Crédito: Escritor e poeta Achel Tinoco
No meu tempo de estudante, o professor era uma espécie de ídolo e, muitas vezes, o aluno se apaixonava por ele: aquela linda professorinha dos sonhos dos meninos; aquele eterno professor que passeava pelas fantasias das meninas.
Quando tocava a sineta, e ele entrava na sala, levantávamos educadamente para cumprimentá-lo. Ao primeiro sinal, ficávamos no mais completo silêncio para escutá-lo. E lá estava ele escrevendo no quadro negro, e cá estávamos nós a aprender... Não quero dizer com isso que não havia cochichos, brincadeiras, conversas paralelas. Sim, havia tudo isso e muitas vezes por isso ganhávamos esbregues, reclamações. Nada que não se resolvesse num instante, no ambiente das aulas. Os mais jovens respeitavam os mais velhos. Os alunos respeitavam os professores. Os filhos respeitavam os pais.
Hoje, os alunos perderam o respeito pelo professor; não têm respeito pelos pais; não têm respeito pela cidade onde vivem. Para eles, o professor é um escravo particular que está ali para ouvi-los rosnar..., e, muitas vezes, merecem ser chicoteado pelo ‘torpe’ motivo de tentar incutir em suas cabeças ocas um pouco de educação. Uma educação pelo menos básica, daquelas que antigamente se trazia de casa: não cuspir no chão, não responder aos mais velhos e não colar chicletes nas carteiras.
As cenas mostradas diariamente na TV de alunos espancando professores não são apenas chocantes, são insuportáveis e inadmissíveis. Além de receberem salários ridículos, da falta de estrutura das instituições onde trabalham, são obrigados a conviver com um ambiente de medo, grosserias, desrespeito e agressões.
Professor é uma profissão de alto risco.
Um país não se desenvolve sem educação. Mas com o Estado assistencialista e protecionista que temos, a sala de aula serão as ruas, e a escola transformar-se-á numa grande fossa política. Não tarda, o aluno se autoeducará, e assim seremos um país de monstros.
Enquanto isso não acontece, e espero que aconteça nunca, que o professor continue a insistir, a construir vidas, delinear sonhos, descortinar horizontes. Ele é o reboco, a massa fina e a pintura de qualquer nação que pretenda ser desenvolvida.
Amém!
Parabéns, professores!
Em especial aos meus da infância, em Ibirataia: Dinha Dilce, Chiquinho, Guia Sidnólia Almeida Ramos, Renato, Maria do Carmo, Niltinho, Zilma Calheira Silva, Lourdes Calheira, Sidnéa Araújo, Magnólia Souza.
Crédito: Escritor e poeta Achel Tinoco
Comentários
Postar um comentário