Autor: Escritor e poeta Achel Tinoco
Com as redes sociais, surgiu um fenômeno interessante: todo mundo passou a se amar na internet. De repente, "eu te amo" ficou tão comum, que suplantou o "até logo", o "até mais", o "até amanhã". Contrariando o que disse o grandíssimo Manoel de Barros, a palavra amor se encheu de gente, e não está mais vazia, nem solitária. Tornou-se um vaso de ilusões floridas, e de nudes descontraídos, e de mãos remelentas. Eu te amo porque te amo, e tu me amas porque é bonitinho dizer à vista de toda a gente aflita para ouvir palavras de amor. "Eu te amo", mas a seguir somente reticências. Nenhuma satisfação, um só encontro, um único abraço. Portanto, o amor preencheu os nossos teclados, as nossas telas, os nossos egos, mas continua patinando em nossos corações. Amor não é uma palavra, mas um sentimento. E para ser considerado sentimento, tem que ser real, verdadeiro, tocável. A semente plantada no vaso. A flor, daqui a uns dias. Os nudes imediatos...
Eu te amo. Mais tardar, I love you.
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