Escritor e poeta Achel Tinôco.
Qual força domina a nossa mente a ponto de nos jogar da ribanceira?
Mergulhamos no pântano indomável da depressão.
Não é besteira.
De modo a não mais voltarmos à superfície.
Ficamos sem saber qual ponte caída interrompeu o coração.
Que doidice!
O sol devia estar no meio do céu. Mas hoje, exatamente neste momento, nos faltou. Foi-se para o beleléu.
Os sentimentos, por ora, se misturam, formando uma pasta disforme de ideias desencontradas. Não sabemos como organizá-las. Não escutamos mais nada. Tudo é vazio.
Não é possível crer que alguém tão especial, tão artista, tão sensível como tu, sejas assim dominado sem luta, sem leitura, sem música.
Por que não conseguiste se defender?
O carrasco ergueu sua espada... E daí? Chuta o entardecer.
Faz frio nesse coração desagasalhado, decerto. Não há abrigo que nos proteja.
Eu brigo comigo, é verdade. Tu não entendes o porquê desse golpe certeiro.
A água sobe aos olhos, mas, talvez, nem nos dê tempo de chorar.
Afundamo-nos nas profundezas do rio Para Sempre.
Só nos resta empunhar o abismo.
Tu vais se dependurar na janela...?
Não chegarei a tempo de salvar-te.
E nos vemos todos na borra duma vela,
Até concluirmos: a mente é um território indomável.
À parte, a tragédia está escrita. Infelizmente.
Não cabe nenhuma crítica.
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