De repente você se descobre na bagagem da sua vida e vê, com espantosa nitidez, que até agora quem falou por você foram os outros. Você ouviu e reproduziu infinitos “pode”, “não pode”, “é assim que se faz”, “de outro jeito é mal visto”, “não envelheça”, “não cresça”, “não ria”, “não apareça”, “desapareça”, na poeira do tempo…
Tanto de todos e tão pouco de você em você.
Mas hoje descoberta, em exercício de liberdade, ouvimos você gritar para quem puder ouvir: Eu sou mais eu!
(Virginia Pinheiro)
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