Ilha dos Amores

 

       Óleo sobre Tela:
         " Ilha dos Amores"
             Jorge Malhoa
              1908


O vento diz ao tempo:

não há ressentimento

onde se cultiva uma flor;

diz que o pensamento

é um viajante valoroso:

vai às nuvens ordinárias

e volta para onde estou.

O tempo responde: vento,

a espera não tem pouso

no jardim tão ressentido

das chuvas de São José;

seria uma casa de abrigo

numa planície sem fé.

O vento, bravo Minho,

despetala aquela flor.

O tempo desfia o linho

e o veste de Art Déco;

espalha o seu perfume

e apazigua o meu viver.

O vento abana o lume

e me devolve p'ra você.


Matéria: Escritor e poeta Achel Tinoco 

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