(Achel Tinoco)
O tempo não passa pela Vila Ferreira;
Dá a volta por trás das matas
E nos deixa a esperar...
Trem de passageiros que corre sobre patas
Mas nunca chega à beira-mar.
Por isso, tudo me parece tão lento:
Pássaro que canta desde o amanhecer
A mesma cantiga, agourento;
Chuva que cai de mansinho, vosmecê
Sobre a casa a rejuntar o telhado
Rememorando antigas goteiras.
Aqui não se vê o tempo, malmente o gado
Pastando por entre as goiabeiras.
É que o nosso tempo já passou
E eu não percebi que até o sol me envelhece.
Não, não posso me gripar, meu amor,
Tenho que tirar da chuva esta prece.
FELIZ NATAL!
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