Achel Tinoco
É, Ibirataia era um município pacato, às vezes até do mato, chato, que só chamava a atenção por causa de algum fato pitoresco, algum caso momesco, um São João inesquecível. Mas tudo isso é passado, agora chama a atenção, como toda a Bahia, por causa da violência desmedida, diária, comum. Hoje, foi cedo, 7 da manhã, nas Três Barras, estrada de terra, uma vaca berra, e quatro seres endemoniados já esperavam quem vinha lá: ora, trabalhadores, pessoas de passagem, motociclistas, motoristas de vinte carros obrigados a parar, ocupantes de vãs, choram em vão. Todos violentamente impedidos de prosseguir, revólveres na cabeça, gritos, desespero. Vão-se as carteiras, as bolsas, os anéis... Ainda bem que deixaram os dedos.
O meu amigo Rodrigo teve uma pistola apontada para a sua cabeça, já nem consegue contar o acontecido, não esperava escapar da tortura. Mas, talvez, o trauma o persiga por toda a vida.
Como alguns se demoraram a chegar, a polícia foi avisada. Mais correria, bandidos na mata, havia, mata.
É, a violência em todo caso, em toda casa, em nossa cidade, na zona rural, no quintal. Somente os governantes não a conhecem assim tão de perto, são espertos, insetos, abjetos.
Mas se nem um desses "passageiros da agonia" sofreu ferimentos visíveis, tudo bem, ainda bem, devemos agradecer pela graça de Deus.
Amém.
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